A políticas pública de formação de professores impacta diretamente na qualidade da educação dos países. Tanto é que dentre os 10 países mais bem colocados no último Programa Internacional de Avaliação de Estudante (o PISA), oito estão focamos na implementação de políticas sistêmicas de formação e valorização dos docentes, porque enxergam essa medida como um fator-chave para assegurar o aprendizado.
Com isso em mente, os pesquisadores Fernando Luiz Abrucio e Catarina Ianni Segatto, da FGV EAESP, se debruçaram sobre questões importantes para a educação, como o entendimento de quais valores, habilidades e competências fazem parte de um professor de qualidade e como formá-lo e ajudá-lo a desenvolver seu trabalho ao longo do tempo.
Ambos os pesquisadores concluíram que não basta seguir as rotas de fuga tradicionais, que apenas lidam com a urgente demanda por estes profissionais qualificados, mas que é necessário considerar preencher as vagas com um olhar cuidadoso para as necessidades de cada região, ciclo, modalidade e disciplina, considerando a devida preparação em questões metodológicas e ofertando formações continuadas frequentes, que dialoguem com o cotidiano dos profissionais.
“Nosso desafio como país, além de deixar a carreira docente mais atrativa, é estabelecer políticas públicas que considerem o professor um profissional fundamental para a sociedade, que precisa ser valorizado, bem-preparado e desenvolvido integralmente em suas dimensões intelectual, física, cultural, social e emocional para conseguir desempenhar seu papel com excelência”, defendem os pesquisadores.
A pesquisa, feita em conjunto com o Instituto Península e o Instituto Ayrton Senna, foi publicada em livro, que pode ser acessado gratuitamente por este link. A publicação reconhece boas práticas de formação docente no mundo, recupera o histórico da formação de professores no Brasil, propõe ajustes nos âmbitos do governo, da academia, da escola e das redes de ensino e apresenta indicações de como o terceiro setor pode ajudar a criar e implementar políticas adequadas e efetivas.
“Mais do que apenas aprimorar os próprios projetos e iniciativas, ao compreender as bases e princípios de modelos formativos que têm demonstrado melhores resultados em diversas realidades, as duas organizações cumprem o papel social de disseminar conhecimentos e evidências que estimulem novas práticas por diversos outros atores do cenário educacional”, descrevem os autores.
Confira a íntegra do livro “Desafios da Profissão Docente: Experiência internacional e o caso brasileiro”, publicado pela editora Moderna, no site do Instituto Península.