O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16, que se refere à Paz, Justiça e Instituições Eficazes, contempla o combate à corrupção como uma de suas metas. Para além de punições, as medidas anticorrupção passam por mudanças institucionais que prezem pela transparência e pela apresentação de dados que possibilitem a implementação de políticas públicas e de gestão empresarial de prevenção e resposta a essas práticas danosas.
A constatação está em artigo publicado pelos pesquisadores da FGV EAESP Lígia Maura Costa, Luciana Stocco Betiol e Marco Antonio Carvalho Teixeira na revista “GV Executivo”. Os autores conectam a meta 16.5 dos ODS, que visa a reduzir a corrupção e o suborno, aos demais objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.
Para além do ODS 16: combate à corrupção contribui para objetivos de saúde, educação e trabalho
O artigo ressalta que as condutas abusivas para ganho privado prejudicam a redução das desigualdades e a erradicação da pobreza por conta do desvio de recursos, por exemplo. A corrupção também inflaciona preços e reduz investimentos econômicos em áreas estratégicas, como saúde, educação, trabalho, saneamento e alimentação, prejudicando principalmente mulheres pobres.
Os pesquisadores apresentam três fases de um sistema anticorrupção nas organizações para reverter esse quadro: a prevenção através do mapeamento de riscos, a detecção através de ferramentas de investigação interna, e a correção e punição adequadas. “Outra boa prática são as ações coletivas anticorrupção, que é a reunião de empresas de um mesmo setor ou de setores distintos, incluindo integrantes do poder público e da sociedade civil”, complementa o artigo.