Em hospital de São Paulo, uma estratégia para promoção da qualidade de vida dos funcionários no ambiente de trabalho aumenta a adesão e o estado de saúde dos trabalhadores. A iniciativa, realizada por meio de parcerias entre empresas e operadoras de saúde, baseia-se no foco em três grandes áreas ligadas à qualidade de vida: clínicas de atendimento, áreas destinadas ao lazer e gestão da segurança do trabalho. O programa tem gerado resultados positivos: os funcionários participam ativamente das iniciativas e há redução significativa do comportamento sedentário e do estresse, por exemplo.
A análise está em artigo publicado na “Revista Brasileira de Saúde Suplementar” (RBSS) pelos pesquisadores da FGV EAESP, Alberto José Niituma Ogata e Ana Maria Malik, em colaboração com o gestor de saúde Leonardo Piovesan Mendonça. Para investigar a implementação de programas de bem-estar dos trabalhadores nas empresas, os autores realizaram um estudo de caso analisando a iniciativa de promoção de saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo, em parceria com operadoras de saúde, bem como suas ferramentas e resultados.
Gestão hospitalar pode incentivar prática de exercícios físicos e alimentação saudável dos trabalhadores
O chamado Programa Bem-Estar (PBE) foi implementado em 2011 com o objetivo de investir em estruturas de promoção da saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. Dentre os recursos oferecidos pelo programa estão diversas modalidades de exercícios físicos, como academias de ginástica, atendimento médico próprio ao trabalhador e treinamentos relacionados à segurança do trabalho, como simulados de combate a incêndios. Além das atividades, o programa oferece um sistema de incentivos que auxilia na adesão dos funcionários. Ao manter vacinas e exames médicos em dia, por exemplo, os funcionários acumulam pontos que podem ser revertidos em uma porcentagem de sua remuneração.
Os autores apontam que mais de 98% dos funcionários participam da iniciativa, com as taxas de adesão às atividades físicas chegando a 90%. Além da redução de comportamentos sedentários, também houve melhora significativa na alimentação dos funcionários e na economia com custos de planos de saúde: entre 2016 e 2018, por exemplo, houve uma redução de 30% nos custos médicos em usuários de academia de ginástica. Vale destacar que a iniciativa tornou-se referência na área, acumulando prêmios nacionais e mundiais em programas de qualidade de vida.