A população mundial deve crescer entre 30% a 35% nos próximos 60 anos, chegando a 10 bilhões de habitantes até 2050. Isso exigirá um aumento na produção global de alimentos e qualidade nutricional entre 50% a 75%, ao mesmo tempo em que se busca minimizar o impacto ambiental. Nesse contexto, os avanços tecnológicos e inovações desempenham papel crucial.
Marcos Fava Neves, pesquisador da FGV EAESP, em conjunto com outros pesquisadores, publicaram um estudo na revista Frontiers In Sustainable Food Systems, destacando avanços tecnológicos que impulsionaram a produção agrícola mundial. A literatura utilizada é baseada em pesquisa científica e na mineração de dados públicos de diversas instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. O estudo também enfoca a evolução da agricultura brasileira, sua relevância para o PIB nacional e os desafios enfrentados.
A revisão aborda a evolução tecnológica na agricultura, os impactos das mudanças climáticas, e a contribuição das ciências moleculares para um agronegócio de alto desempenho. O cenário futuro aponta para a implementação de tecnologias eco-sustentáveis disruptivas. A recente ascensão do conceito ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance) organizou um novo caminho baseado na sustentabilidade ambiental a ser seguido pela agricultura, como o aumento do uso de bioinsumos (produtos naturais e biológicos) na agricultura e na redução da dependência de agroquímicos sintéticos.
Entretanto, há desafios a serem superados, como a falta de autossuficiência brasileira em insumos e melhorias na logística. A escassez de mão de obra qualificada e o aumento dos custos trabalhistas também são questões críticas. A mudança climática global representa o principal desafio para o setor.
Em conclusão, os pesquisadores apontam que para alcançar uma produção sustentável, é essencial estimular a inovação, apoiar a agricultura familiar e fortalecer políticas públicas e privadas voltadas para pesquisa e desenvolvimento. O agronegócio brasileiro desempenha papel vital não apenas para a estabilidade socioeconômica do país, mas como principal fornecedor de alimentos e matérias-primas para diversos países. Assim, é imperativo investir em inovação e práticas sustentáveis para atender à crescente demanda global de forma eficiente e responsável.
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