Programas de renda básica têm sido utilizados em todo o mundo como uma ferramenta para mitigar os efeitos adversos da crise da Covid-19. No Brasil, a implementação de iniciativas federais de renda básica emergencial enfrenta um duplo desafio: a logística de distribuição de dinheiro e os critérios de elegibilidade dos cidadãos. No entanto, iniciativas de moedas complementares existem há muitos anos no Brasil, estando associadas especialmente aos bancos comunitários, os quais operam no nível local e possuem conhecimento mais aprofundado sobre as necessidades dos moradores.
Em artigo publicado na última edição da “Revista de Administração Pública” (RAP), pesquisadores da FGV EAESP analisam o uso de moedas digitais complementares no enfrentamento de desafios de distribuição de renda. O estudo apresenta o caso da moeda complementar digital Mumbuca E-Dinheiro, adotada pelo município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro e discute como a iniciativa permitiu a distribuição de renda de forma rápida e segura com o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19 no Brasil.
Os autores sugerem que, no momento atual, a renda básica emergencial poderia ser paga através do E-dinheiro, começando pelos municípios nos quais ele já atua e depois se expandindo para os demais. A interoperabilidade com outros atores do ecossistema de pagamentos e articulações com governos locais são medidas adicionais para dar escala ao uso das moedas complementares digitais no combate à crise do coronavírus.
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