As relações de gênero que estão presentes no processo de globalização não refletem a prática neutra apresentada na literatura, mas representam um fenômeno de gênero que promove novos arranjos de desigualdades que impactam a gestão da cadeia de suprimentos. Durante décadas, a desigualdade de gênero nas cadeias de abastecimento foi um problema “oculto” em vários setores, mas no início do século XXI é um desafio evidente para a gestão da cadeia logística.
Em capítulo publicado no livro The Oxford Handbook of Supply Chain Management, os pesquisadores da FGV EAESP Ely Paiva, Maria Jose Tonelli e Priscila Miguel, em co-autoria com Cristiane Biazzin, da Northern Kentucky University, analisam o assunto. Eles demonstram que a desigualdade de gênero existe nas cadeias de abastecimento quando há baixa participação de empresas logísticas que pertencem a mulheres, uma clara desigualdade salarial ao longo da cadeia de abastecimento e a identificação de escravidão moderna ou trabalho forçado relacionado ao gênero em qualquer nível de uma cadeia de abastecimento.
Os autores sugerem que uma agenda futura para questões de gênero nas cadeias de abastecimento deve abordar uma série de questões, desde o aumento no número de empresas fornecedoras pertencentes a mulheres e seus impactos, à equalização de renda entre os gêneros em todas as cadeias de abastecimento e a erradicação completa da escravidão moderna ao longo das cadeias de abastecimento locais e globais.
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