A transformação digital tornou-se essencial para a competitividade das empresas na era moderna. Enquanto multinacionais nascidas digitais lideram o processo, as multinacionais de mercados emergentes (EMNEs) enfrentam desafios únicos ao integrar tecnologias digitais em suas operações. Portanto, este estudo explora como essas empresas buscam maturidade digital para competir globalmente, aproveitando suas subsidiárias e adaptando-se a um ambiente digital dinâmico.
A pesquisa foi conduzida por Maria Tereza Leme Fleury (FGV EAESP) e colaboradores, incluindo Afonso Fleury (Poli/USP), Luis Oliveira e Pablo Leao. Publicado na revista International Business Review, o estudo utilizou dados de 91 multinacionais brasileiras e empregou modelagem de equações estruturais (PLS-SEM) para testar o modelo adaptado de maturidade digital proposto originalmente pela Academia Nacional de Ciências e Engenharia da Alemanha (ACATECH).
O estudo apresenta a Capacidade de Maturidade Digital (DMC) como um conjunto de competências organizacionais críticas.
Essas incluem o uso estratégico de tecnologia, gerenciamento de dados, capacitação de equipes, design organizacional e promoção de uma cultura digital. Essas cinco dimensões sustentam as capacidades dinâmicas de percepção, aproveitamento e transformação nas multinacionais de mercados emergentes.
O estudo destaca que as subsidiárias estrangeiras são fundamentais para transferir conhecimento local e promover inovações. Elas atuam como pontes entre a matriz e os ecossistemas de mercado, ajudando a empresa a adotar decisões habilitadas digitalmente e integrar-se a cadeias de valor globais.
Portanto, a maturidade digital nas multinacionais de mercados emergentes depende de fatores interligados: a capacidade técnica digital (DTC), essencial para integrar tecnologias nos processos operacionais; a gestão eficiente de dados, que transforma informações em decisões estratégicas; e o desenvolvimento de competências digitais na força de trabalho.
Além disso, o design organizacional ágil e a promoção de uma cultura digital aceleram a inovação. Já as subsidiárias estrangeiras atuam como hubs de conhecimento que influenciam a matriz. Empresas que investem nessas áreas aumentam sua competitividade global, com processos mais eficientes, integração em cadeias de valor e maior agilidade estratégica.
Os achados desta pesquisa oferecem diretrizes para gestores de EMNEs que buscam implementar transformações digitais. A adaptação do modelo ACATECH para incluir dimensões críticas como gestão de pessoas e cultura digital reforça a aplicabilidade do estudo em contextos organizacionais diversos. Em resumo, a busca por maturidade digital é essencial para que multinacionais de mercados emergentes permaneçam competitivas na era digital. Assim, é possível maximizar a sinergia entre suas operações globais e locais.
Leia o artigo na integra.