A alienação fiduciária é um tipo de garantia em que o devedor transfere a propriedade de um bem até que o empréstimo seja completamente quitado, ajudando a reduzir as perdas de um banco em caso de inadimplência. Esse mecanismo aumenta o acesso ao crédito por clientes que têm menos tempo de relacionamento com a instituição financeira e que, portanto, são considerados de risco.
A constatação é de pesquisadores da FGV EAESP em artigo publicado na “Revista de Administração de Empresas” sobre as garantias oferecidas no acesso a crédito rural no Brasil. Alexandre Pinho Menezes, Rafael Schiozer e Lucas Vasconcelos explicam que a alienação fiduciária é menos custosa e mais rápida do que garantias como hipoteca rural e penhora rural, possibilitando a tomada de posse extrajudicial em caso de inadimplência.
O estudo parte de uma base de dados disponibilizada por um grande branco privado brasileiro com 110 mil empréstimos distribuídos por dez estados, registrados de 2015 a 2019.
A alienação fiduciária está associada a uma probabilidade 1,4% maior de o tomador ter menos de um ano de relacionamento com o banco, destaca o artigo. Trata-se de um resultado relevante, segundo o artigo, visto que apenas 1,58% da amostra é composta por tomadores com menos de um ano de relacionamento.