Através da psicanálise, é possível investigar como o controle organizacional se manifesta nos corpos dos sujeitos no mundo do trabalho. Segundo artigo com a coautoria do pesquisador da FGV EAESP Marcelo Galletti Ferretti publicado na “Revista de Administração de Empresas” (RAE), os estudos organizacionais devem superar a noção de corpo baseada na anatomia.
Os pesquisadores realizam análise de literatura sobre os estudos organizacionais e a noção psicanalítica de corpo erógeno, que considera as subjetividades dos indivíduos. O artigo aponta que ainda há lacunas nas produções sobre essa relação.
Casos de esgotamento profissional alertam para a necessidade de reconhecer as particularidades dos indivíduos
O conhecimento moderno ocidental entende a organização a partir de um paralelo com a noção de organismo, cada órgão cumpre sua função na ordem estabelecida, explicam os autores. A partir desta linha de pensamento, o corpo humano é entendido através de suas funções biológicas e, portanto, como um objeto passivo.
Já a noção de corporalidade reconhece o corpo como expressão do que é particular e subjetivo. Conforme o artigo, o conceito de corpo erógeno, vindo da psicanálise, contribui para o entendimento do corpo através de elementos somáticos e psíquicos. Compreender essa relação é importante diante do crescimento de doenças e transtornos relacionados ao trabalho, como o esgotamento profissional (síndrome de burnout).