O Centro de Estudos em Finanças (FGVcef) da FGV EAESP e a Toluna, fornecedora de insights do consumidor sob demanda, realizaram um estudo sobre a situação financeira dos brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Segundo a pesquisa, 63,93% dos entrevistados disseram ter tido perdas na renda em função da crise. Entre eles, quatro em cada dez perderam entre 10% e 30% dos seus rendimentos. Cerca de um terço dos entrevistados não tiveram sua renda alterada, sendo grande parte desse grupo composto por aposentados, assalariados com registro e servidores.
A pesquisa, que entrevistou 806 pessoas de todas as regiões do país final de maio, também indica que os mais pobres foram os que mais perderam renda. A renda mensal dos participantes varia de R$ 2.005,00 a mais de R$ 11.262,00. Os mais pobres correspondem a 15% dos que perderam toda a renda e dos que tiveram sua renda diminuída entre 51% e 70%. Já os de maior renda foram os menos afetados.
Dívidas
O estudo indica ainda que a crise econômica, para a maioria (56%), não acarretou aumento das dívidas. Já para os que tiveram aumento de dívidas (44%), a maioria foi por conta de dívidas pré-existentes. Entre os que tiveram suas dívidas aumentadas, novamente aqueles com menor renda foram os mais afetados.
Resgate de investimento
O estudo também constatou que nesse período de crise por conta da Covid-19 aumentaram os resgates de investimentos, de acordo com 42% dos respondentes. Esse aumento de resgate pode ter impedido o aumento das dívidas para parte dos entrevistados.
Em relação ao tipo de investimento resgatado, quase 60% dos respondentes resgataram recursos da caderneta de poupança, seguido por 15% que resgataram de fundos de renda fixa e DI, 12% de CDBs, LCI e LCA e 8% de ações. O estudo indica ainda que a maioria dos respondentes resgatou até 50% do que tinha investido e 15% deles resgataram a totalidade ou quase a totalidade dos recursos.
O principal motivo para os resgates foi cobrir despesas por conta da perda de receita, relatado por cerca de 60% dos respondentes. Em segundo lugar, 21% indicaram a ajuda financeira a familiares como motivo para o resgate. Vale notar que 4% dos respondentes resgataram seus investimentos para aproveitar oportunidades surgidas com a crise.
Confira o estudo completo aqui.
Fonte: Dicom