Os achados do livro “Coronavirus Politics” (“Políticas do Coronavírus”, em tradução livre), liderado pela professora Elize Massard da Fonseca, da FGV EAESP, com Scott Greer e Elizabeth King, da Universidade de Michigan (EUA), foram mencionados duas vezes em questionamentos sobre a gestão do enfrentamento da Covid-19 feitos por senadores a ex-ministros de Saúde no âmbito da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da pandemia.
As questões que mencionaram as informações contidas na obra foram feitas pelo senador Humberto Costa (do Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT de Pernambuco) aos ministros Luiz Henrique Mandetta (no dia 4 de maio) e Nelson Luiz Teich (5 de maio).
O trabalho da pesquisadora da FGV mostrou que as políticas de saúde adotadas – como o distanciamento social, o uso de máscara e o estabelecimento de lockdowns – na maioria dos países estudados estiveram dissociadas de políticas sociais que permitiam que as pessoas de fato ficassem em casa, o que dificultou que a população conseguisse cumprir com tais intervenções para a contenção do espalhamento do vírus. Esse é o caso, também, do Brasil.
A pesquisa, que está disponível gratuitamente online, teve mais de 30 menções na imprensa nos dias seguintes à sua publicação. Foi reportada em veículos como Correio Braziliense, Estadão, Deutsche Welle, UOL, Época, Agência Fapesp, entre outros.
A referência a trabalhos acadêmicos em tomadas de decisão após veiculação na mídia é uma das maneiras mais interessantes de se verificar o impacto da uma pesquisa científica veiculada na imprensa. Isso porque políticos, empresários, gestores e afins acessam o conhecimento acadêmico sobretudo pela imprensa, o que torna o jornalismo científico ainda mais importante.
A pesquisa da FGV EAESP e da Universidade de Michigan foi uma das poucas evidências científicas mencionadas nos inquéritos realizados com os ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Luiz Teich na CPI da pandemia. A íntegra dos depoimentos de Mandetta e Teich pode ser conferida no site do Senado.