Reconhecida como uma das regiões mais desiguais do mundo, a América Latina carecia de uma forma de incorporar a ênfase territorial no diagnóstico e nas recomendações de políticas públicas que visassem promover o desenvolvimento humano e sustentável da região. Diante desse fato, e à luz da Agenda 2030 e do desafio imposto pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pesquisadores latino-americanos propuseram a criação do IDERE LATAM, um Índice de Desenvolvimento Regional para a América Latina.
Segundo os autores, dentre os quais estão pesquisadores da FGV EAESP, a proposta é oferecer uma medida comparável entre os países latino-americanos sobre a situação do desenvolvimento em sua dimensão territorial, de forma a conseguir identificar os diferentes desafios de cada região e cada país. De acordo com os autores, isso permite incluir a grande heterogeneidade social e econômica que o continente apresenta na agenda pública e política de cada nação.
A proposta do IDERE LATAM surgiu a partir de um trabalho coletivo iniciado em 2018 e que conta com uma equipe de pesquisadores de universidades e centro de pesquisas de oito países, como o Instituto Chileno de Estudos Municipais (ICHEM) da Universidade Autônoma do Chile, o Instituto de Economia (IECON) da Faculdade de Ciências Econômicas e Administração da Universidade do República (Uruguai), a Universidad de los Andes (Colômbia), a Fundação Getulio Vargas (Brasil), a Universidade de Guadalajara (México), a Universidad Nacional Tecnológica Facultad Regional Buenos Aires (Argentina), o Centro de Análise e Difusão do Economia Paraguaia (Paraguai) e Fundação Salvadorenha para o Desenvolvimento Econômico e Social (El Salvador).
Os resultados apresentados no livro que descreve o IDERE LATAM podem ser um meio para propor uma linha de trabalho que analise sistematicamente as condições para o desenvolvimento regional na América Latina e que sirva como insumo para gerar agendas de transformação.
“O livro [sobre o IDERE LATAM] pretende ser o ponto de partida de um projeto mais abrangente, que agregue mais países e melhore o índice, para relatar resultados periodicamente com o objetivo de influenciar ativamente o debate público e a agenda dos formuladores de política. envolvendo a academia e a sociedade civil”, descrevem os autores na introdução da obra. A expectativa deles é que as sociedades e economias regionais sejam compreendidas como fatores-chave para estudar e interpretar as diferentes dinâmicas de desenvolvimento do continente, permitindo desenhar e implementar agendas transformadoras.