O papel dos bancos de desenvolvimento multilaterais e nacionais tem sido objeto de estudo em diferentes aspectos, no entanto, ainda são poucos os trabalhos acadêmicos que analisam as instituições subnacionais, particularmente no aspecto das finanças sustentáveis. Artigo recente de pesquisadores da FGV EAESP publicado pelo Escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas busca preencher essa lacuna.
O estudo de caso, assinado por Cinthia Bechelaine, aluna do Doutorado Acadêmico em Administração Pública e Governo, e Luís Paulo Bresciani, professor da FGV EAESP, analisou as conexões entre as operações de financiamentos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) no período de 2015 a 2018 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas para a Agenda 2030.
O trabalho identificou relação em 13 dos 17 ODS, com preponderância em temas como indústria e infraestrutura (ODS9), fomento à agricultura (ODS2) e estímulo ao trabalho decente (ODS8). Na perspectiva do “big push para a sustentabilidade”, a atuação do BDMG remete à governança compartilhada e se relaciona especificamente ao ODS17, que se refere aos meios de implementação de projetos e ao estabelecimento de parcerias estratégicas para o desenvolvimento sustentável, através de sua carteira de financiamentos.
“Como o gap de financiamento para cumprir os objetivos da Agenda 2030 ainda é significativo, em especial em países em desenvolvimento, o trabalho corrobora para o argumento de que bancos subnacionais, como o BDMG, detêm a capacidade de gerar impacto local a partir dos financiamentos concedidos”, avalia Cinthia Bechelaine.
De acordo com a autora, o estudo traz uma contribuição importante para o tema das finanças do desenvolvimento, com um olhar mais próximo do beneficiário. “Além disso, em tempos de Covid-19, o trabalho ainda serve de “pano de fundo” para a importância de financiamentos direcionados à temas e/ou populações vulneráveis, como exemplo das micro e pequenas empresas que estão sofrendo com as limitações impostas pela pandemia”, ressalta.
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