Questões relativas ao entendimento do trabalho no setor público brasileiro, que tem suas peculiaridades, problemas e idiossincrasias, já tem sido alvo de atenção dos pesquisadores-acadêmicos e também pelos profissionais de mercado, já que impactam a saúde do trabalhador e seu desempenho organizacional.
No entanto, como as questões sobre as vivências prazerosas ou sofridas dos indivíduos enquanto sujeitos-trabalhadores pode ser afetada por capacidades individuais de resiliência, um ensaio teórico de co-autoria de Ricardo C. Gomes, pesquisador da FGV EAESP sugere um modelo que promete apoiar futuras pesquisas sobre o tema.
Os autores destacam que o uso do modelo integrativo sugerido no ensaio permitiria uma visão mais ampla e profunda dos fenômenos associados à resiliência individual, prazer e sofrimento no trabalho no setor público. propondo uma agenda de investigações futuras e aspectos metodológicos que merecem atenção.
Dois principais pontos de atenção tem a ver com as abordagens metodológicas quantitativas e qualitativas. Para a abordagem quantitativa, os autores aconselham que pesquisas futuras adotem técnicas estatísticas uni, bi e multi-variadas, incluindo as modelagens de equações estruturais, de forma a verificar efeitos potenciais de uma ou mais variáveis nas outras. “De posse dos resultados de investigações com essa envergadura, seria possível desenvolver outros instrumentos de coleta de dados mais amplos (inventários, escalas, questionários), visando à construção de modelos mais robustos”, sintetizam os autores.
Já em uma abordagem qualitativa, o cuidado sugerido pelos pesquisadores é garantir que ela permita compreender em profundidade os fenômenos em foco e as relações entre si, bem como aprofundar o entendimento de dados quantitativos, no caso de triangulações.
Confira o ensaio na íntegra nos Cadernos EBAPE