A mobilidade urbana sustentável é um desafio crescente em grandes cidades como São Paulo. Com uma expansão horizontal e periférica, bairros como Jardim Pantanal e Jardim Lapena, na Zona Leste, enfrentam problemas de infraestrutura, segurança viária e acesso a serviços básicos. Nesse contexto, o Projeto Aplicado “Mobilidade e Cicloturismo”, desenvolvido no Curso de Graduação em Administração Pública da FGV EAESP, em parceria com o Pedale-se, Alana-Urbanizar e Galpão ZL para a elaboração de um Plano de dinamização socioeconômico e territorialmente da região. Assim, o eixo do projeto foi a qualificação, consolidação e institucionalização das ciclorrotas São Miguel de Ururay e Jardim Pantanal, ambas de autoria do Pedale-se (negócio de impacto social).
Este estudo utilizou dados primários e secundários para analisar as ciclorrotas e seus impactos em termos de desenvolvimento local e turismo de base comunitária. Entre as etapas, foram realizadas visitas guiadas e coleta de informações sobre trajetos e paradas. Além disso, houve entrevistas em profundidade com os parceiros e outras organizações envolvidas nas ciclorrotas. Os resultados visam embasar políticas públicas e ações comunitárias, endereçados aos mais diversos stakeholders.
A pesquisa foi coordenada pelos professores Alexandre Abdal, Zilma Borges e Victor Callil e conduzida pelas alunas e alunos Ana Cristina Rodrigues Henrique, Ana Luisa Scudeler Martino, Arthur de Moura Dantas, Beny Smaletz Tcherniakovsky, Bianca Monteiro Moratelli, Bruna Domingues Candelária, Chiara Lacaze Marracini, Felix Leopold Friedrich von den Eichen, Helena Kokény de Oliveira, Henrique Rassi Rossi, Jubert Sanches Cibantos Neto, Luiza Gotlieb, Maria Eduarda Espindola Rodrigues, Miria Rodrigues Alvarenga da Silva, Pablo Henrique de Sousa Candido e Rebeca Anzelotti.
Ela faz parte da grade de disciplinas obrigatórias do Curso de Graduação em Administração Pública da FGV EAESP.
O relatório apresentou o mapeamento de desafios e propostas de soluções para mobilidade ciclística na Zona Leste de São Paulo.
A pesquisa revelou problemas como falta de infraestrutura cicloviária, segurança viária insuficiente e manutenção precária das calçadas. Além disso, a escassez de bicicletários e a poluição em algumas áreas dificultam a adesão ao cicloturismo.
As ciclorrotas foram destacadas como instrumentos para valorizar patrimônios históricos e culturais, como a Capela São Miguel Paulista. O projeto também fortalece a identidade comunitária e fomenta o turismo sustentável, conectando a história local a uma agenda de desenvolvimento social.
Entre as recomendações, estão a inclusão das ciclorrotas no calendário oficial das ciclofaixas de lazer da cidade de São Paulo e a sua inclusão na Jornada do Patrimônio, bem como a integração com escolas e parcerias acadêmicas para fortalecer o impacto sociocultural. Melhorias na infraestrutura e parcerias com o comércio local foram sugeridas para estimular o desenvolvimento econômico na região.
Ao envolver a comunidade local e promover parcerias entre setor público e organizações civis, o projeto oferece um modelo replicável para outras áreas urbanas. O Pedale-se se posiciona como um exemplo de negócio social que alia sustentabilidade, mobilidade e inclusão.
Por fim, o Plano de Mobilidade e Cicloturismo da Zona Leste de São Paulo mostra como soluções locais podem transformar realidades periféricas. A implementação das recomendações do projeto tem o potencial de fortalecer a integração comunitária, promover a sustentabilidade e criar oportunidades econômicas, consolidando as ciclorrotas como agentes de mudança.
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