A publicação dos primeiros resultados do Censo 2022 do IBGE revelou uma tendência preocupante: 43% dos municípios brasileiros tiveram redução populacional nos últimos anos. Esse fenômeno, conhecido como “Shrinking Cities” (ou “Encolhimento das Cidades”), vem sendo observado globalmente e ocorre por diferentes motivos, como mudanças econômicas, mobilidade populacional e a queda das taxas de natalidade. No Brasil, as regiões Nordeste e Sul e pequenos municípios são os mais afetados, exigindo estratégias eficazes de gestão territorial.
Entendendo o fenômeno
O estudo conduzido por Rubens Costa de Almeida, no Mestrado em Gestão e Políticas Públicas (MPGPP) da FGV EAESP, explorou esse processo sob uma abordagem estatística-espacial. O objetivo foi identificar padrões de despopulação e crescimento acelerado, avaliando como fatores como IDH municipal, PIB local e condições urbanas influenciam essas dinâmicas. A pesquisa, orientada pelo Professor Eduardo de Rezende Francisco, utilizou técnicas de Geoanalytics para mapear clusters de municípios mais vulneráveis ao encolhimento populacional. Rubens recebeu o prêmio de melhor dissertação por sua pesquisa.
Impactos e soluções
Se, por um lado, muitas cidades sofrem com a perda de habitantes, 32% dos municípios brasileiros registram crescimento acima da média regional. Isso demanda um olhar atento para a readequação da infraestrutura e oferta de serviços nesses locais, evitando desequilíbrios urbanos e sociais. O IBGE desempenha um papel crucial na produção e análise de dados, permitindo que gestores públicos criem políticas eficientes para enfrentar o desafio da despopulação e do crescimento desordenado.
Quer entender melhor esse fenômeno e suas implicações? O novo episódio do Podcast Impacto traz uma conversa exclusiva com Rubens Costa de Almeida, conduzida por Andréa Cerqueira.