Há um rápido surgimento de novas startups que se autodenominam ultrarrápidas no mercado da moda. Os recém-chegados que desejam adotar o modelo de negócios deste novo segmento precisam desenvolver capacidades tecnológicas que permitam uma maior rapidez na gestão da sua cadeia de suprimentos para enfrentar os desafios desse mercado competitivo. Os resultados são de estudo realizado por pesquisadores da FGV EAESP publicados na revista “International Journal of Retail & Distribution Management”.
A pesquisa, que analisou as principais diferenças estratégicas entre a gestão da cadeia de suprimentos de moda rápida e ultrarrápida, utilizou uma abordagem qualitativa, por meio de análise documental e entrevistas em profundidade com especialistas do setor.
De acordo com o estudo, a moda ultrarrápida difere em termos de agilidade nas seguintes estratégias de cadeia de suprimentos: evita qualquer excesso de estoque, concentra-se na fabricação local, produz sob demanda e apresenta prazos de entrega mais curtos — de alguns dias a uma semana — com uma combinação de estratégias de cadeia de suprimentos ágeis, enxutas e responsivas.
“A indústria da moda é dinâmica e requer inovações constantes. O modelo de negócio de moda ultrarrápida usa a tecnologia como uma capacidade essencial para se relacionar com o consumidor e conectar os fornecedores da cadeia de suprimentos, possibilitando maior colaboração para eliminar desperdícios e aumentar a agilidade para responder rapidamente a demanda”, afirma Susana Carla Farias Pereira, professora da FGV EAESP, coordenadora do Centro de Inovação (FGVin) e autora do estudo.
Como implicação prática na indústria, a moda ultrarrápida pode impactar os varejistas de moda rápida para que movam parcialmente seus modelos de negócios e operações para uma abordagem ultrarrápida. Isso porque os varejistas de fast fashion que desejam acelerar seus processos de produção precisam lançar mais coleções semanais para atender os consumidores mais preocupados com a moda.
Confira o estudo: